quinta-feira, 26 de julho de 2012

CAPÍTULO I


“AS SETE VIDAS DOS REIS”
Capítulo I


Xeque-Mate


Sílvio estava atolado em dívidas e havia chegado à conclusão de que não teria realmente como se livrar delas. Seus anos de experiência como advogado e administrador não lhe permitiam enganar-se: as empresas e ele estavam na mais completa insolvência.


Sentado num banco de um parque da cidade ele já não mais pensava em como reverter toda aquela situação angustiante. Agora, ele só pensava naquilo que ele considerava como uma “saída honrosa” e que, segundo ele, seria a sua única opção. Sua mente se ocupava agora unicamente em pensar, com requintes de sofisticação, em todos os detalhes de um crime: Silvio havia decidido tirar a própria vida.

Primeiro o local do crime: deveria ser um local relativamente isolado, mas que ao mesmo tempo permitisse que o seu corpo fosse encontrado logo pela polícia. Assim, o local do crime deveria contar com alguma segurança, afinal a última coisa que ele gostaria depois de morto era ter seu corpo profanado por algum ladrãozinho barato e oportunista em busca de dinheiro, jóias e cartões de crédito uma vez que pretendia portar todos os seus documentos e objetos pessoais proporcionando assim sua rápida identificação por parte das autoridades.




Ali mesmo, no grande parque central da cidade seria o local perfeito, pois devido ao seu tamanho dispunha de vários recantos mais isolados onde ele poderia cometer o ato extremo sem ser importunado. Além disso, a guarda municipal mantinha duas bases de operações dentro do parque de maneira que em muito pouco tempo alguém acabaria encontrando o seu corpo. Fosse um dos muitos atletas que corriam diariamente pelo parque ou talvez um casal apaixonado em busca de um pouco de privacidade, ou mesmo um policial fazendo a ronda diária, cedo ou tarde alguém o acabaria encontrando. De repente uma idéia tão terrível quanto rápida atingiu seus pensamentos: e se alguma criança o encontrasse? Imagine só o trauma que isso poderia provocar na cabecinha inocente de uma criança!


Mas o momento não era para emotividades e sim para o raciocínio.



Sentado naquele banco duro de cimento Silvio fumava um cigarro atrás do outro e, por um instante, chegou até a achar graça e a sorrir quando, no exato momento em que ele acendia um novo cigarro no cigarro que ele mal terminara de fumar, ele lembrou-se da recomendação do Dr. Eliseu, o velho médico da família, de que ele tinha que cortar o fumo definitivamente de sua vida ou acabaria se matando de tanto fumar!



Quanta ironia! Lá estava ele ainda fumando e preparando-se realmente para se matar, porém sem a ajuda dos cigarros. Aliás, os cigarros o ajudavam sim e muito a manter a frieza e a maneira calculista com a qual ele pensava em cada detalhe de seu plano terrível.

Faltava ainda determinar a maneira como iria consumar o crime. Havia considerado várias possibilidades, mas aquela que se mostrava a mais prática, rápida e provavelmente a menos dolorosa seria um tiro de revolver. Essa parte seria até fácil, pois ele usaria a sua velha pistola que o seu próprio pai lhe presenteou quando ele completou dezoito anos.


- Filho, nessa cidade não se pode mais dar moleza não! Se alguém partir prá cima de você ou se você se meter em encrencas por aí não pense duas vezes: mete bala e corre prá casa que depois a gente se vira com a polícia porque filho meu não fica preso não!



Agora o plano estava completo e ele não havia deixado de considerar um único detalhe sequer.

Em breve, numa manhã seu corpo seria encontrado muito bem vestido em local isolado do parque. A polícia seria chamada e após examinarem todos os seus documentos eles o enviariam ao Instituto Médico Legal onde os técnicos, após o exame do corpo e da pistola utilizada no crime, emitiriam um laudo pericial classificando o crime como suicídio.


O próximo passo então seria o reconhecimento do corpo que seria provavelmente feito por uma de suas ex-esposas. Depois o velório, o enterro e pronto: acabariam aí para sempre todos os seus sofrimentos e angústias.


Nada de deixar uma dessas cartas piegas despedindo-se do mundo cruel e pedindo perdão aos que ficaram. Não! Perdão pelo quê? Para quem? Era sua vida e podia fazer dela o que bem entendesse. Não tinha culpa se as coisas acabaram tomando o rumo que tomaram. Não tinha culpa de ter herdado um grupo de empresas fadado à falência. Afinal, ele era também apenas uma das muitas vítimas e não o responsável pela queda do Grupo Reis.



Num estado quase de alucinação chegou até a imaginar o seu enterro. Provavelmente seria muito concorrido contando com a presença maciça de pessoas que compareceriam apenas para cumprir uma obrigação social. Afinal tratava-se do filho único do finado Dr. Reis!



Com certeza o velho Dr. Santiago, ex-colega de seu falecido pai faria um longo, comovente e chatérrimo discurso em sua homenagem. Dr. Santiago era conhecido também pelo jocoso apelido de “a carpideira de terno” devido ao péssimo hábito que possuía de fazer intermináveis discursos em funerais não só de pessoas conhecidas e amigas como também nos funerais de quaisquer pessoas que por acaso ele estivesse presente.



A estratégia era sempre a mesma: acompanhava o féretro até o local da sepultura e no exato momento de baixar o caixão ele surpreendia a todos pedindo a atenção para proferir “apenas algumas palavras” em homenagem póstuma ao falecido ou falecida. E se punha a falar por intermináveis minutos. Silvio lembrou-se até de uma ocasião na qual, durante um funeral, o Dr. Santiago obrigou centenas de pessoas a permanecerem por quase quarenta minutos ouvindo suas “rápidas palavras” sob um sol escaldante do meio dia fazendo com que duas senhoras presentes desmaiassem interrompendo assim o discurso para alívio geral de todos os presentes.



Silvio sorriu ao imaginar as suas três viúvas enfileiradas recebendo os pêsames da multidão. Que cena de comédia, meu Deus! Aquelas três víboras humanas vertendo lágrimas de crocodilo abraçadas umas às outras em volta do seu caixão repetindo sempre a mesma pergunta: Por que você fez isso, Silvio? Por quê?


Pensando bem, elas até que teriam razões de sobra para chorar, principalmente quando seus respectivos advogados as informassem que não mais poderiam contar com as generosas pensões que Sílvio pagava mensalmente para manter o alto padrão de vida e as regalias das ex-senhoras Reis. Com este pensamento Silvio sentiu até um certo gostinho de vingança ao imaginar aqueles três verdadeiros poços de vaidades e futilidades tendo que vender as jóias e outros bens que a justiça lhes havia garantido nas partilhas simplesmente para poderem pagar as contas do fim do mês! Lamentava não mais poder estar por perto para assistir a mais esta grande cena do teatro humano de comédias.




Encarando desta forma, Silvio começou até a acreditar que, ao levar a termo o seu plano de realizar uma “saída honrosa” para a sua vida, seria ele, não só o menos prejudicado como também o maior beneficiado por uma forma peculiar de justiça tardia.



Era uma segunda-feira quente de verão e ao mesmo tempo em que a sua mente estava nublada com pensamentos tristes ela parecia estar também numa espécie de estado alterado de consciência, num tipo de transe hipnótico que fazia com ele conseguisse perceber com extrema clareza cada detalhe de tudo que acontecia à sua volta.



O vento leve que passava por entre as copas das árvores, a luz do sol que teimava em atravessar a grande barreira verde de folhas, a profusão de sons que ele conseguia ao mesmo tempo perceber como o vozerio de pessoas conversando ao longe, as risadas gostosas de duas crianças que brincavam não muito distante dali, os diferentes cantos dos pássaros escondidos nas árvores, etc.



Além disso, havia aquela estranha sensação que o fazia perceber uma espécie de “presença” ao seu lado, como se alguém estivesse realmente sentado com ele no banco ouvindo cada pensamento seu. Talvez fosse a sua própria consciência.


Se fosse um homem religioso poderia até pensar em alguma coisa mística do tipo anjo da guarda ou mesmo algum espírito que o estivesse acompanhando naquele momento tão difícil. Entretanto preferia justificar aquela sensação como uma decorrência do grande estresse pelo qual passava ou simplesmente do excesso de bebida. Seja lá o que fosse não fazia a menor diferença, pois logo tudo  terminaria para ele e muito em breve apenas o grande vazio, o fim e o nada restariam.

Mas algo realmente ainda o impressionava: era aquele perfume de flores que o vento teimava em trazer e que ele tinha a impressão de reconhecer, mas que naquele momento lhe escapava à memória do que seria exatamente. Era um perfume adocicado, suave, mas que ele não conseguia lembrar a sua origem e olha que de flores ele até entendia, pois não era ele mesmo quem escolhia cuidadosamente as flores que eram enviadas às suas pretendentes? Camélias, rosas, lírios, ele conhecia todos esses perfumes. Mas aquele era diferente. Ele tinha a impressão de que aquele perfume tinha o poder de remetê-lo a uma grande distância no tempo. Talvez a algum lugar em sua infância.

Silvio teve uma infância cercada de luxos e todo tipo de mimos. Seu pai, Dr. Reis; um célebre advogado da capital que acumulou uma verdadeira fortuna explorando o ramo da agiotagem emprestando dinheiro a todo tipo de gente que por falta de garantias ou de “lastro” como se dizia na época, era obrigada a recorrer aos préstimos de seu escritório. Como garantia de cada empréstimo ele aceitava  todo tipo de bem que o futuro devedor possuísse: casas, automóveis, eletrodomésticos e, não raro, até a própria empresa do necessitado.

Os pagamentos eram cobrados com uma rigorosidade leonina sempre com base nos contratos repletos de cláusulas duvidosas, escritas em letras minúsculas, mas que garantiam sempre vantagens maiúsculas para o sagaz agiota.

Em apenas alguns anos de operação o Dr. Reis tornou-se proprietário de várias empresas, mais de uma centena de casinhas, dezenas de prédios de pequeno e médio porte, muitos terrenos além de vários salões, máquinas de todos os tipos, muitos automóveis e caminhões e até algumas curiosidades como, por exemplo, um filhote de jumento que ele tomou em dívidas de um fotógrafo que ganhava a vida aos domingos no parque tirando fotos de crianças montando o animalzinho que era caprichosamente enfeitado por ele.

Não foram poucas as pessoas prejudicadas pelas artimanhas do Dr. Reis. Famílias inteiras foram literalmente jogadas na rua com a execução na justiça das promissórias  vencidas. Aliás, a justiça parecia ser uma parceria inseparável do Dr. Reis executando, sempre com extrema rapidez e com uma precisão quase cirúrgica, inúmeras ações de despejo as quais contavam invariavelmente com a valorosa ajuda da força policial que por sua vez também atuava em nome da justiça.

Aliás, eram exatamente essas ações de despejo com auxílio de força policial as preferidas do Dr. Reis que chegava até a comparecer pessoalmente devidamente disfarçado e irreconhecível para acompanhar de perto cada lance dessas ações espetaculares. Jamais saíra da lembrança de Silvio aquela ocasião na qual ele contava com seus dez ou onze anos de idade quando o Dr. Reis o levou para assistir a um desses espetáculos dantescos.

Nunca conseguira esquecer o rosto daquela mulher que ajoelhada no asfalto e segurando uma criança nos braços chorava em desespero implorando aos soldados da força policial que parassem de quebrar seus móveis humildes que eram jogados pela janela do andar de cima do cortiço do qual ela agora era despejada por falta de pagamento. Também jamais conseguiu esquecer aquele policial que ameaçava chutar o rosto daquela mesma mulher ajoelhada  a seus pés enquanto com uma risada sarcástica e propositalmente alta dizia:
-Aqui tem Lei minha filha! Não pagou vai pro olho da rua mesmo!

Naquele dia, no caminho de volta à bela casa da família Reis num bairro elegante da cidade, percebendo grande tristeza no olhar de seu único filho, o Dr. Reis tratou logo de justificar-se:
-Silvio, meu filho! Eu sei que você deve estar pensando que tudo isso que você viu hoje parece até crueldade da minha parte. Mas eu levei você lá hoje para que pudesse começar a entender que, apesar de eu também não gostar de fazer isso, infelizmente às vezes nós temos que ensinar a essa gente que contrair uma dívida é uma coisa muito séria! Eu nunca obriguei ninguém a pegar dinheiro emprestado comigo! Essas pessoas vêm ao nosso escritório não só porque precisam do dinheiro, mas também porque nenhum banco quis dar a elas o dinheiro que elas necessitam. Ora, se os bancos não deram o dinheiro a elas é porque não existiam garantias de que elas pagariam o dinheiro de volta aos bancos. Então, elas vêm até nós e imploram pelo dinheiro que ninguém lhes quis emprestar. Nós então emprestamos o dinheiro a elas, só que nós também  precisamos de garantias. Elas então nos oferecem as garantias que os bancos não aceitaram: suas casas quase sem valor, prédios caindo aos pedaços, as máquinas com as quais trabalham, etc. Nós então aceitamos essas garantias e damos à elas o dinheiro. Só que logo começam os problemas: eles decidem não pagar o empréstimo não só porque não têm dinheiro, mas também porque acham que os juros cobrados foram exagerados! E o que nós podemos fazer? Na hora do aperto todos eles aceitaram os juros propostos! A única coisa então que nos resta é acionar a justiça e tomar deles aquilo que eles nos deram em garantia pelo seus empréstimos.

E aí é sempre a mesma choradeira: “Não temos o dinheiro do pagamento ainda! Precisamos de mais tempo!” Só que nós também não podemos esperar, pois nós também temos os nossos compromissos. A única coisa que eu quero que você entenda meu filho, é que o seu pai nunca faz nada fora da Lei e que é nosso direito sagrado reaver o dinheiro que nós emprestamos a eles. Eu não roubei de ninguém, não forcei ninguém a assinar nada! Só o que eu quero é a justiça, entendeu?

Aquelas palavras ditas há tantos anos atrás ainda ressoavam forte na cabeça de Silvio em meio a essa  verdadeira tempestade de sentimentos conflitantes que ele experimentava naquele momento ali sentado. Mas como as coisas puderam chegar até aquele ponto?

Aos vinte e cinco anos, com a morte do pai, ele havia herdado a fortuna do Dr. Reis e como filho único passou a administrá-la da maneira que melhor lhe conviesse. Uma fortuna tão grande que até mesmo os advogados que trataram do inventário diziam que o dinheiro era o bastante para manter confortavelmente duas ou três futuras gerações dos Reis.

Infelizmente, Sílvio herdara tudo que havia pertencido ao Dr. Reis menos o seu prodigioso tino comercial, ou, porque não dizer, a sua sagacidade e esperteza no trato com o dinheiro.

A inabilidade de Sílvio com as questões financeiras somada a uma série de excessos que incluíam três ex-esposas (todas devidamente muitíssimo bem amparados financeiramente por ele após as respectivas separações), uma lista interminável de amantes e até alguns filhos bastardos cujas mães acabaram “regiamente  recompensadas” pelo não reconhecimento da paternidade de seus rebentos, o vício do jogo que lhe facultou perder partes consideráveis de sua fortuna muitas vezes em uma única noite de carteado, vários empréstimos certos a amigos incertos, muitos investimentos em empreendimentos que prometiam lucros rápidos e garantidos e que acabaram revelando-se grandes engodos, meses e meses de ausência na empresa realizando viagens de lazer sempre acompanhado de suas amantes com paradas obrigatórias nas melhores joalherias e nos maiores cassinos do mundo, etc. Tudo isso contribuiu para que em cerca de vinte anos Silvio conseguisse dilapidar uma fortuna que, para muitos, deveria durar um século. Mas Silvio não fez tudo isso sozinho! Ele contou, por exemplo, com a ajuda inestimável de vários antigos funcionários de seu pai que após anos de dedicação ao Grupo Reis decidiram que finalmente chegara o momento de receber em dinheiro a justa (segundo eles) remuneração e o devido reconhecimento pelos longos anos de bons serviços prestados. 

Alguns preferiram utilizar a justiça trabalhista reclamando absurdas indenizações por anos a fio de trabalho sem registro em carteira, milhares de horas extraordinárias  trabalhadas e jamais remuneradas, dezenas de férias vencidas e nunca acertadas, etc., etc., etc. Outros, pura e simplesmente, preferiram o caminho do roubo forjando cheques e documentos, desviando verbas, sendo que alguns chegaram até a praticar com maestria a antiga arte da chantagem exigindo verdadeiras fortunas em troca de documentos comprometedores ou apenas de silêncio.

O imponente e orgulhoso Grupo Reis que noutros tempos era tido como um modelo de empresa que não parava de crescer e expandir nas mais diversas direções aumentando religiosamente o seu faturamento ano após ano iniciou uma queda vertiginosa até ser declarada a sua completa insolvência.

É claro que outros fatores, alguns deles totalmente fora do controle de Silvio, também contribuíram para a decadência daquele império econômico como, por exemplo, o nefasto incêndio que destruiu totalmente a gigantesca tecelagem cujo faturamento representava uma das principais fontes geradora de receita do grupo.

Pior ainda foi descobrir que entre os motivos que levaram dois dos diretores da tecelagem a virtualmente desaparecer  como fumaça após o incêndio estava, não só um enorme desfalque praticado por eles com a colaboração de dois gerentes subalternos e até do gerente da conta bancária da empresa num grande banco, como também o fato de que o seguro contra incêndio do prédio, máquinas e estoques não era renovado há vários anos apesar do fato de que no balanço anual da empresa essas apólices apareciam como regularmente pagas.

Parecia que com a morte do pai de Silvio o universo inteiro resolvera conspirar contra o Grupo Reis, pois somente isso justificaria a violenta tempestade de ações e processos judiciais que assolou a empresa ano após ano tendo o grupo sido invariavelmente condenado na maioria desses processos dos mais variados tipos: ambientais, cíveis, tributárias e até criminais.

Que falta fazia o Dr. Reis nessas ocasiões! Ele raramente era condenado graças, não só à maneira magistral com que ele manipulava os mais obscuros artigos de Lei a seu favor, mas principalmente às grandes somas que ele gastava subornando promotores, juízes, advogados, políticos de todos os escalões e até mesmo testemunhas de acusação. Daí a razão de muitos até hoje se referirem a ele em  conversas reservadas e freqüentemente maldosas e até mesmo raivosas, pelo apelido de “a Hiena Rei”.

O outrora glorioso e próspero império transformara-se num deserto árido e sem vida e mesmo que fossem vendidas as poucas empresas e os imóveis que ainda restavam não seria possível saldar nem mesmo as dívidas de milhões de reais com alguns municípios, Estados e, principalmente com a União, resultantes em sua maioria de impostos e taxas sonegadas por anos ou simplesmente em atraso.

Sílvio sentia-se às vezes no comando de uma pequena jangada em meio a um grande furacão em pleno mar aberto e quando a situação ficou tão difícil que parecia impossível ficar pior do que estava Sílvio descobre que aquela dor de cabeça que ele pensava que fosse apenas consequência do consumo cada vez maior de bebidas alcoólicas era na verdade um tumor cerebral inoperável. Aos 45 anos de idade Silvio sentia que nada mais lhe restava a não ser a tal “saída honrosa” que evitaria assim para ele a vergonha do fracasso perante a sociedade além de todo o sofrimento e a dor de sua doença terminal. Para Sílvio a vida lhe havia decretado xeque-mate.


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